JORNADA DE LUTA PELA PERMANÊNCIA DA COMUNIDADE DA FAVELA DO MOINHO

-Sarau Moinho Vivo: dias 4,11 e 18 de outubro (sextas-feiras) às 19h no campo.

-Mostra de Teatro de Luta: dia 13 de outubro (domingo) a partir das 14hrs.

-Primeira Audiência Pública da Favela do Moinho: dia 19 de outubro a partir das 14hrs no campo.

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO

E AO PODER PÚBLICO DE SÃO PAULO

RE_OCUPAÇÃO MOINHO VIVO

Setembro/Outubro de 2013

 

No dia 22 de dezembro de 2011, a Favela do Moinho, a última do centro da cidade de São Paulo, sofreu uma tentativa de despejo forçado por conta de um incêndio criminoso que deixou pelo menos 580 famílias desabrigadas e, segundo relato dos moradores, ao menos 30 mortos. Diretamente relacionado a esse episódio está o fato de que a região – que está localizada no bairro Campos Elíseos, no centro de São Paulo – está entre as três mais valorizadas da capital. Segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), entre novembro de 2008 e dezembro de 2011, o valor da área em que está a comunidade valorizou em 182,9%.

Em 30 de dezembro, apenas 8 dias após o incêndio, a prefeitura sob a gestão Kassab, obteve às pressas, a posse provisória de parte do terreno – justamente a parte atingida pelo incêndio, que compreende mais de um terço da área total da favela – com o intuito de demolir o antigo edifício Matarazzo, que ali ficava e que, segundo a prefeitura, apresentava risco de desabamento. Alegando questões de segurança, a prefeitura isolou esta área para realizar a demolição do prédio, primeiramente com tapumes de madeira, criando uma obstrução na transversal da favela, de ponta a ponta, trilho a trilho.

O edifício foi implodido no dia 1 de janeiro de 2012 e poucas semanas depois, os tapumes foram removidos e em seu lugar a prefeitura ergueu um muro de 8 metros de altura em concreto armado, que acabou por isolar completamente o espaço, impedindo-nos de reconstruir nossas casas, e deixando-nos também sem uma rota de fuga em caso de um novo incêndio.

Um novo incêndio de fato ocorreu, menos de 9 meses depois, em setembro de 2012, novamente em circunstâncias misteriosas, destruindo em torno de 90 barracos. Na mesma época, ocorria a campanha eleitoral pela prefeitura de São Paulo, e o então candidato Fernando Haddad visitou o local com a promessa de que se eleito, regularizaria e urbanizaria a área, afirmando que sua gestão não adotaria a política de afastar moradores de baixa renda do centro – o que sinalizava uma possibilidade de diálogo e de ruptura com a política higienista das duas gestões anteriores de Serra/Kassab, sempre alinhada aos interesses da especulação imobiliária.

No entanto, a medida que o tempo passa fica claro que a postura da gestão Haddad não se difere muito da gestão passada, e que a prioridade continua sendo atender aos interesses do capital imobiliário em detrimento das pessoas.

Desde dezembro de 2011 tentamos pelas vias legais reaver nosso terreno.

Há pelo menos 6 anos o terreno que compreende a favela está em disputa judicial entre o poder publico, uma empresa particular e nós moradores, que ocupamos o local há 25 anos. Em 2008, obtivemos uma tutela antecipada de usucapião coletiva, o que legalmente assegura nossa permanência no terreno até o julgamento final da ação que decidirá o destino da área.

Em março de 2013, o poder judiciário expediu uma liminar que obrigava a prefeitura a derrubar o muro e a construir uma rota de fuga. Assim como um laudo do corpo de bombeiros que data de dezembro de 2012, e que também recomenda a construção da rota de fuga, e de casas de alvenaria que ajudem a conter novos incêndios.

Diante deste cenário, em 30 de junho, os moradores e ex-moradores que perderam suas casas nos incêndios, se reuniram em assembleia e decidiram realizar o Primeiro Grande Ato em Prol da Favela do Moinho, para relembrar e cobrar as promessas de Haddad durante sua campanha.

No dia 12 de julho, fomos recebidos pelo prefeito em seu gabinete, que entre outras coisas, se comprometeu e estabeleceu um prazo para a demolição do muro e a construção da rota de fuga, porém o prazo não foi cumprido. Por essa razão, nós moradores, decidimos derrubar o muro com nossas próprias mãos e ferramentas. Ao longo da primeira semana de agosto, trabalhamos continuamente na derrubada do muro e, no domingo, dia 4 de agosto, durante o Segundo Grande Ato em Prol da Favela Moinho, fizemos uma abertura de 4 metros no muro. Na semana seguinte a prefeitura construiu, finalmente, a rota de fuga.

Com isso, nós da Favela do Moinho, exercendo e reafirmando nossa luta pela moradia à cidade decidimos re-ocupar e tomar de volta o terreno que nos foi expropriado. No dia 23 de agosto, 609 dias depois do primeiro grande incêndio, re-ocupamos o espaço, carpinamos o terreno, iniciamos a limpeza do entulho e das cinzas do prédio demolido e construímos o Barracão da Associação dos Moradores da Favela do Moinho.

Apesar de tanto descaso, de tantas dificuldades e atrocidades, no Moinho fizemos nossas vidas, construímos nossas famílias e nossa comunidade. Por isso, junt@s com vári@s outr@s apoiador@s, seguiremos firmes e irredutíveis na luta!

DO MOINHO NÃO SAIREMOS!

COMUNIDADE MOINHO LUTA!

 

Apoiam e Assinam:

Movimento Organizado Moinho Vivo

Associação de Moradores da Favela do Moinho

Movimento Hip Hop Organizado – Mh2o

Comboio

Peabiru

Escritório Modelo Puc-Sp

Ação Direta de Vídeo Popular

Movimento Mães de Maio

Movimento Passe Livre – Sp

Fanfarra do M.A.L.

Instituto Práxis Direitos Humanos

Rede Dois de Outubro

Passa Palavra

CMI – Centro de Mídia Independente – Sp

Mídia Negra

Rede Cultural de Solidariedade Autônoma (RECUSA)

Mutirão Cultural da Quebrada

Coletivo Zagaia

Cordão da Mentira

Rede Extremo Sul

Coletivo Gestor Sacolão das Artes

Sarau do Binho

Sarau da Vila Fundão

Sarau Perifatividade

Sarau Candeeiro

Luta Popular

Ocupação Esperança

Voz da Leste

Fórum Popular de Cultura da Zona Leste

Ocupacão Vento Leste

Kiwi – cia de teatro

Cia Estudo de Cena

Buraco d’Oráculo

Cia. São Jorge de Variedades

Centro de Trabalho Indigenista

Coletivo Dolores

Fábrica Ocupada Flaskô

Centro Cultural y Social El Birri Santa Fe Argentina

Mov. Moinho Vivo no Facebook:
www.facebook.com/moinhoresiste

Jornada de Luta Pela Permanência da Comunidade da Favela do Moinho (Mídia Negra – Facebook):
http://goo.gl/P6cDKZ

TAMÔ JUNTO MOINHO, É NOIXXX!

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COMUNICADO DA OCUPAÇÃO ESPERANÇA.

OCUPAÇÃO ESPERANÇA foto: Mídia Negra

OCUPAÇÃO ESPERANÇA
foto: Mídia Negra

Osasco, outubro de 2013

Somos aproximadamente 1000 famílias na Ocupação Esperança, organizada junto com o Movimento Luta Popular em Osasco.
A Ocupação é num terreno particular do bairro Santa Fé e tá de pé desde 23 de agosto.

OCUPAÇÃO ESPERANÇA foto: Mídia Negra tumblr_mufgxmJxYl1sbym0po3_250

Ameaça de morte:

Além da insensibilidade da prefeitura, o movimento enfrenta outro tipo de grave dificuldade. Nessa última semana, moradores da ocupação foram interpelados por homens armados durante a noite, perguntando por supostos líderes do movimento. Pediram para passar recados ameaçando a militância de morte, afirmando que terão de sair do terreno.

A Ocupação Esperança tá em alerta, e tem recebido solidariedade de uma série de outros grupos e organizações parceiras. É muito importante que a soma na vigília noturna que já tamo recebendo de diferentes apoiadores, com câmeras em punho, se mantenha.

Ressaltamos que todas as esferas de governo, na medida em que não resolvem os problemas habitacionais das famílias, são responsáveis por qualquer violência que aconteça dentro da ocupação.
Numa luta que questiona diretamente a propriedade privada, os inimigos que fazemos são muitos, muito poderosos e portadores de toda a sorte de interesses. Mas não nos intimidaremos!


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Negociação:

O proprietário do terreno – que não cumpria sua função social e tem acúmulo de dívidas – já entrou com pedido de reintegração de posse. Só que em audiência realizada em 18 de setembro, a justiça concedeu uma suspensão de 30 dias no processo de avaliação do pedido da liminar.
O prazo foi estipulado por existir disposição do proprietário em vender o imóvel caso a prefeitura e a Caixa Econômica façam proposta de compra – o que poderia evitar um trágico despejo.

Já a prefeitura de Jorge Lapas (PT), ficou bom tempo sem dar qualquer resposta, responder e-mail ou atender telefone. No dia 3 de outubro, fizemos um ato com centenas de pessoas que ocupou (pela segunda vez) a Câmara dos Vereadores e foi até a prefeitura.

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Só assim conseguimos arrancar uma reunião com representantes da prefeitura. Estes se comprometeram (como já haviam feito dia 10 de setembro) que vão marcar reunião junto com a Caixa, o movimento popular, e a própria prefeitura. Disseram dar resposta do agendamento da reunião até terça-feira, 8 de outubro. Esperamos que já saibam que caso a resposta não venha, iremos buscá-la.

Continuaremos a luta da Ocupação Esperança e de quantas outras ocupações forem necessárias pra que os mais pobres possam ter onde morar.

Viva a luta dos de baixo!
(A)

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Mídia Negra + CMI – Escracho de “Boas Vindas” a EXPO 2020.

A Expo é realizada seguindo o modelo dos “megaeventos”, como a Copa e as Olimpíadas, mas supostamente mobilizando um fluxo de investimentos superior à estas. A organização da feira é responsabilidade do BIE – Bureau Internacional de Exposições, órgão intergovernamental composto por 163 países, que estabelece o regulamento e seleciona as cidades-sede. A Expo acontece de 5 em 5 anos e tem duração de 6 meses. A escolha da cidade-sede será anunciada em novembro, e em setembro o BIE realizará uma visita à cidade.

As atividade estão sendo chamadas justamente para os dias (19 a 21), justamente quando ocorrerá  visita do BIE em  Pirituba (Local pre destinado a construção do mega evento e um seminário sobre o mesmo tema.)

A programação conta com tres dias de atividades:

19/9 – Ato na Av.Paulista, 17h, praça do ciclista.

20/9 – Ato em Pirituba, 6h, coléigio Hemano Marchete

21/9 -Exibição de filme, 21h, Center 3 (Av Paulista)

Vídeo de divulgação:
www.vimeo.com/75165665

Comite de “Boas VIndas” À Expo 2020:
contraexpo2020.noblogs.org/

Por uma mídia sem catracas!

(A)

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Corações Negros – Parte 2

Os coletivos Mídia Negra e o Centro de Mídia Independente (CMI-SP) convocam todxs que lutam por um mundo onde caibam todos os mundos, por uma sociedade #semcatracas, a encontro dos Corações Negros! Na tentativa de criar um espaço informal, porém onde se possa trocar informações, encontrar afinidades e construir laços de lutas é que chamamos a festa Corações Negros – Parte 2. Entendemos que agora, mais do que nunca (tendo em vista a Copa/Mega Eventos) temos por obrigação nos conhecer na perceptiva de uma aproximação de lutas iguais ou próximas. É por compreendemos que as alianças entre movimentos se da em sua maioria por uma aproximações já estabelecida de militantes. Muitas vezes amigos/camaradas é que percebemos a urgência de espaços para que se proporcione essas articulações. Pós jornadas de junho e julho vemos despontar uma série de lutas como as de moradia (mais 90 ocupações na cidade só nesse ultimo mês) ou mesmo de mídia independente (atuações de coletivos de mídia batendo na pauta de comunicação) que esta sendo realizadas de modo isoladas e sem articulações entre grupos e ou coletivos. Pensando em projeções para 2014 vemos com extrema importância aquele papo de boteco onde colocamos a conversa em dia, trocamos ideias, experiências, encontramos afinidades e alinhamos laços. Aquele espaço que raramente acontece em nosso cotidiano porem que acaba sendo mais produtivo que qualquer espaço formal. 5 de Outubro/2013 (Sábado) Início: 20:00h. – Discotecagem. – Exibição de Vídeos, Curtas e Filmes políticos durante toda a festa. – Venda de BEBIDA no local. (SOMENTE DINHEIRO) Endereço: Praça Julio Prestes, n 30, ap 1601, centro ($ão Paulo) VIva La Capucha Y Arriba Lxs Que Luchan ! Liberdade imediata a todxs xs presxs politicxs!

Vídeo de divulgação: https://vimeo.com/75608891
Evento no facebook: www.facebook.com/events/1417365508486452
(A)

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