“Se não tiver liderança, não vai ter manifestação.” 26/06/14

Essa é a frase que definiu a mais nova quebra da constituição na manifestação de 26 de junho, em São Paulo, marcada para as 17h, no vão do MASP que reivindicou a soltura de Fábio Hideki Harano e Rafael Marques, presos desde a segunda-feira anterior. A frase dita pelo comandante da operação praticamente veta qualquer manifestação organizada pelos movimentos sociais horizontais.

Na última segunda-feira, dia 23 de junho de 2014, após uma manifestação contra a maneira com que a Copa do Mundo foi e vem sendo realizada, dois manifestantes foram presos de forma completamente ilegal. Rafael Marques e Fabio Hideki Harano foram seqüestrados pela policia civil do estado de São Paulo sem mais nem menos. Não havia flagrante, não havia mandado, o que houve para justificar a prisão desses dois homens foram provas forjadas e implantadas nos mesmos por policiais à paisana e a acusação completamente infundada de que ambos eram líderes do mais novo inimigo público número 1: o black bloc.

A história do Fábio nega, por si só, cada uma das acusações. Em primeiro lugar, fica a pergunta: baseado em quê a polícia civil alega que Fábio é líder dos Black blocs? Para início de conversa, o nome dele sequer consta no famoso inquérito do DEIC que investiga o Black bloc, isso sem contar que o Black bloc não é uma organização e não possui membros fixos, qualquer um que se vestir de preto e máscara pode ser um Black bloc, quem dirá lideres. Além disso, Fábio pedia aos gritos para que filmassem sua abordagem, sabendo que nada de ilegal tinha consigo. Ele é técnico de laboratório e estudante na USP e famoso por sua postura pacifista.

O ato pela soltura dos dois se concentrou no vão do MASP a partir das 17h e revistas consideradas abusivas pelos observadores legais presentes na manifestação eram feitas por policiais militares nas imediações do vão livre e na estação de metrô Trianon-MASP. Além das revistas, ainda haviam muitos policiais, principalmente os da cavalaria e da tropa do braço sem as devidas identificações. Do lado dos manifestantes, muita bateria, muita música e gritos exigindo a libertação dos presos se misturavam com faixas pedindo liberdade e até mesmo uma interminável roda de altinha, onde manifestantes jogaram futebol durante todo o tempo.

A exigência da PM por uma liderança, considerada ilegal pelos Advogados Ativistas, impediu que o ato saísse do vão do MASP através de um enorme bloqueio policial que fechou a Avenida Paulista. O sentimento era de que o ato terminaria ou quando os manifestantes se cansassem de ficar ali ou quando a PM resolvesse atacar as pessoas ali presentes. No final das contas, por volta das 23h, com o ato já esvaziado, houve um acordo entre os remanescentes e a policia e o ato terminou, prometendo novas ações.

Para acompanhar o caso de Hideki, acesse:  http://liberdadeparahideki.org/

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